Na continuidade do artigo anterior, nem sempre é fácil regular a própria raiva e, quando sentida pelas crianças, esta dificuldade torna-se ainda mais evidente, mesmo que conheçam os procedimentos adequados para o fazer.
Neste sentido, os pais/educadores assumem um papel determinante para ajudar as crianças a regularem as suas emoções, nomeadamente a raiva, também de forma preventiva.
O modo como os pais devem ajudar as crianças a autorregularem as suas emoções passa por:
Proporcionar estabilidade: estabelecer limites consistentes, regras claras e rotinas previsíveis. Desta forma, é criada uma atmosfera de segurança e conforto, para que a criança se sinta segura, protegida e confiante sobre o que pode esperar do meio que a rodeia.
Acolher as emoções e expressar empatia: as crianças têm momentos de raiva e explosão, os quais não são um ataque intencional ao adulto. Perante estes momentos, o adulto deve manter a calma, ter a paciência necessária e ser um modelo de regulação emocional para a criança. Por exemplo, perante um episódio de raiva da criança, o adulto pode verbalizar: “Sei que estás chateado, mas estou aqui para te ajudar.”; “É tão frustrante quando algo não funciona…sei como te sentes.” Desta forma, o adulto demonstra empatia pelo estado emocional da criança.
Sugerir uma pausa: perante momentos de expressão de raiva da criança, cabe ao adulto orientar essa conduta por um caminho o mais funcional possível. Pode fazê-lo, ensinando estratégias de resolução de problemas e comunicação, utilizando uma linguagem positiva e ajudando a criança a focar-se nas soluções para esse problema. Por exemplo, pode propor que faça uma pausa, feche os olhos e respire fundo 5 ciclos respiratórios…
Ao partilhar com a criança algumas estratégias de regulação de emoções como a raiva, através do exemplo, o adulto contribui para o seu desenvolvimento emocional salutar e equilibrado.
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