Mais Que Soluções: O Dom de Ensinar a Resolver Problemas
- Diamantina Moreira
- 9 de jun.
- 3 min de leitura
Enquanto pais, é natural que queiramos facilitar a vida dos nossos filhos e evitar que enfrentem dificuldades e frustração.
Pergunto: estamos a preparar os nossos filhos para o futuro? Pode ser difícil e até mesmo doloroso ver os nossos filhos a enfrentar dificuldades, e o nosso instinto imediato é saltar de imediato oferecer uma solução. Não obstante, ao exercer uma parentalidade consciente, aprendemos que amar verdadeiramente, implica muitas vezes, dar um passo atrás e, em vez de resolvermos o problema por eles, darmos-lhes a oportunidade de o resolverem por si próprios.
Mas afinal por que é tão importante deixar que eles resolvam, ou pelo menos, tentem, resolver os seus desafios?
Porque quando apresentamos as nossas soluções de imediato, corremos o risco de:
Minar a autoconfiança da criança ou adolescente
Atrofiar o pensamento crítico
Criar dependência
Gerar frustração em adultos
Limitar a criatividade
Surge então a questão: como oferecer oportunidades, não apenas soluções? As estratégias que podemos encontrar para dar resposta a esta questão não significa que vamos abandonar os nossos filhos à sua sorte, mas sim que vamos orientá-los e capacitá-los.
Como capacitar os nossos filhos para resolverem problemas:
A primeira resposta: a pergunta, não a solução. Quando o seu filho vier com um dilema, resista à vontade de dar a resposta na hora. Em vez disso, oiça e depois pergunte: "O que achas que podes fazer?", "Que ideias tens para resolver isso?", ou "Já pensaste em...?" A sua pergunta é a chave que abre a mente deles.
Reconheça os sentimentos primeiro. Antes de tentar resolver qualquer coisa, valide o que o seu filho está a sentir. Pode referir algo do género: "Percebo que estás chateado com isso," ou "Deve ser mesmo difícil." Isto mostra que você entende a emoção dele, e não apenas o problema. A empatia é a ponte para a comunicação.
Pense juntos. Se o seu filho estiver mesmo "bloqueado", ajude-o a explorar opções. "Podíamos tentar A, B ou C. O que achas de cada uma?" Deixe-o escolher a estratégia, mesmo que não seja a sua preferida. É um treino para a vida.
Permita o erro em segurança. É através de tentativas que se aprende. Se a primeira ideia não funcionar, não critique. Em vez disso, pergunte: "O que aprendeste com esta tentativa?", "E agora, o que podemos tentar?" O erro é um professor valioso.
Dê controlo aos poucos. Comece com coisas pequenas: deixar que escolham a roupa, organizem os seus brinquedos ou decidam uma atividade. À medida que o seu filho ganha confiança, aumente a complexidade dos desafios. É um processo, não um salto.
Celebre o esforço acima do resultado. Mais do que o sucesso imediato, elogie a dedicação, a criatividade e a persistência. Reconheça que ele tentou e não desistiu. Isso constrói uma autoconfiança sólida.
Seja o exemplo. Os seus filhos aprendem muito ao observá-lo. Mostre como lida com os seus próprios desafios. Fale em voz alta sobre os problemas que enfrenta e como pensa em resolvê-los. A sua atitude é a melhor lição.
Apoie, não resgate. Esteja presente para ouvir, para encorajar, mas intervenha apenas se a situação for realmente perigosa ou se a frustração for insuportável. A sua presença, atenta e calma, é o maior incentivo que ele pode ter.
Não há dúvida nenhuma que a capacidade de orientar os nossos filhos a resolver problemas é um dos maiores investimentos para o futuro da criança ou do adolescente. É um ato de amor que os prepara não para uma vida sem problemas, mas para uma vida onde conseguem gerir as suas emoções e encontrar soluções para os superar.
É ensinar a focar nas soluções e não nos problemas.
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