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Foto do escritorAlexandra Gomes

Quando as crianças exigem demais delas próprias


“Perfecionismo”: característica humana, segundo a qual são estabelecidos altos padrões de desempenho, acompanhados por avaliações muito críticas e pela intransigência perante falhas ou erros; elevado grau de exigência sobre si e os outros.

 

Esta característica, inicialmente típica nalguns adultos, está cada vez mais presente nas crianças e desde cada vez mais cedo.

 

O perfecionismo infantil começa a ser alvo de inquietação quando as crianças de tornam excessivamente exigentes consigo próprias, com sinais desestabilizadores do seu equilíbrio biopsicoemocional.

 

As crianças demasiado exigentes consigo próprias apresentam alguns sinais, os quais devem ser objeto de atenção dos pais e educadores. Estes sinais são: esforço pelo alcance de padrões irrealisticamente altos nas atividades escolares, extracurriculares ou até sociais; frustração extrema quando cometem um erro, independentemente da sua dimensão; tendência para evitar os desafios, ao invés de os superar, pelo receio de não corresponder às suas expectativas ou dos outros, e; crítica excessiva consigo próprias.

 

O perfecionismo infantil, na maioria das vezes, advém de vários motivos, nomeadamente expectativas familiares, pressão social e determinados modelos parentais. Nestas situações, as crianças convencem-se que ter sucesso significa ser perfeito e não querem desiludir os outros, particularmente os pais, exigindo demasiado de si próprias.

 

Por sua vez, os pais têm um papel determinante para que as crianças desenvolvam uma relação mais saudável com o seu desempenho. Por exemplo, os pais devem demonstrar continuamente à criança que a amam, independentemente do seu desempenho ou dos seus resultados. Mais dos que estes, são importantes o esforço e a persistência da criança. Outra atitude a adotar passa por evitar colocar muita pressão sobre o filho, para que atinja padrões perfecionistas. Mesmo que pequeno, o progresso deve ser sempre celebrado. Os pais devem também promover a resiliência na criança, ajudando-a a lidar com o insucesso e a ver no mesmo uma oportunidade de aprendizagem para prosseguir em frente. Por último, “educamos pelo exemplo”, por isso os pais devem ser um modelo de aceitação do imperfeito. Devem-no fazer mostrando à criança que todos cometem erros e o importante é aprender com eles pois transforma-os em oportunidades de aprendizagem para alcançar o sucesso a médio-longo prazo.

 

O perfecionismo infantil é, por isso, um caminho desafiante e cada vez mais presente nos dias de hoje. No entanto com o modelo e a orientação dos pais e outros educadores, as crianças encontram o equilíbrio sem perder o foco. Não se trata de alcançar a perfeição, mas promover uma mentalidade de progresso, aceitação de que somos perfeitamente imperfeitos e amor-próprio, presente ao longo da vida.  

 

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