Nos deram espelhos e vimos um mundo doente,
Tentei chorar e não consegui.”
Renato Russo
Basta um só gesto, um clique apenas, e logo abrimos as janelas do mundo, passando pelos canais de televisão, pelos portais na internet ou pelas redes sociais, e estamos perante cenas de crime, pessoas lamentando, reclamando, criticando e amargurando a vida que “lhes calhou”.
Mesmo sem os ecrãs, o mundo exterior prolonga esse estado amargurado: nas ruas, nos bares, nos ambientes de trabalho e noutros lugares, as conversas são recheadas de reclamações e lamentos. É como se estes fossem “muletas psicológicas” para tentar autossabotar-se e fugir da responsabilidade perante a vida.
A sensação que paira é como se fosse um “dever da vida” o ensinamento da multiplicação da negatividade ao invés da estimulação do cultivo de pensamentos positivos, leves, capazes de criar um aumento de energia e boas vibrações entre as pessoas. Afinal, estas não passam de “infames e loucos na sua alienação”.
O ponto central é que problemas existem, mas podem ser transformados em desafios para serem superados; nem tudo é perfeito, mas pode ser perfeitamente imperfeito e muita da negatividade que entre nós existe tem origem no interior de cada um, e não diretamente nos acontecimentos externos.
A realidade não deve ser negada, mas pode e deve ser melhorada, começando pela autorresponsabilização pelos próprios sentimentos. A relação que temos com o nosso coração deve ser melhorada e sair de um estado emotivo letárgico, sonâmbulo, automático e desprogramado. Com disciplina, foco e determinação é possível reverter este quadro, dando início a uma grande e deliciosa transformação e “sentir positivo”.
Emoções positivas como a Alegria e o Prazer estão presentes nos momentos e nos locais mais incomuns e não apenas nos dias de folga, nas horas vagas, nas férias, nos fins de semana ou naqueles casos extraordinários em que alguma coisa incrível acontece na nossa vida.
Ser humilde para escolher sentir alegria, prazer, gratidão, satisfação com a vida, paz, felicidade ou qualquer outra emoção positiva apenas num e noutro momento é como assinar a própria declaração a uma vida sem graça.
Porque esperar o final da semana, as férias ou a reforma para sentir algum entusiasmo? Onde está regulamentado que a felicidade e o bem-estar são um estado apenas das horas de lazer?
Pensar nestas questões é o primeiro passo para uma configuração mental poderosa e transformadora. Quando nos aquietamos e diminuímos a agitação mental e o turbilhão interno, fortalecemos a conexão com o coração. E aí dá-se a magia! Aí percebemos que pequenos incómodos quotidianos que nos causavam tormentos, não passam de areias irrelevantes que vêm e vão como o vento, que são como as nuvens do céu e por isso, não nos devem afetar e fragilizar.
As emoções positivas podem ser criadas propositadamente expandindo a nossa percepção e o nosso olhar para um horizonte mais bonito.
O pote de ouro quase nunca está no final do arco-íris, pois vai deixando moedas ao longo de si próprio e, no final, apenas estará o pote com espaço para recolher essas moedas que fomos apanhando e usufruindo ao longo do nosso Caminho!
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