Como Lidar com Comportamentos Desafiantes com Empatia
- Viviana Marinho
- 13 de jun.
- 2 min de leitura
Todos os educadores, enfrentam comportamentos desafiantes no dia a dia escolar: birras, oposição, impulsividade, isolamento, agressividade… São situações que testam não só a paciência, mas também as ferramentas pedagógicas e emocionais de quem educa.
No entanto, é essencial lembrar que todo o comportamento é uma forma de comunicação — especialmente nas crianças que ainda estão a aprender a reconhecer, expressar e regular as suas emoções. Por isso, a empatia não é apenas desejável, é fundamental para compreender o que está por trás do comportamento e agir de forma eficaz e humana.
O que significa lidar com empatia?
Lidar com empatia não é “passar a mão pela cabeça”, nem ignorar comportamentos inadequados. É, antes, olhar para além da superfície, procurar compreender a necessidade ou emoção que está por trás da ação, e responder com firmeza afetiva, orientação e presença.
Questionarmos:
“O que esta criança está a tentar dizer com este comportamento?” Em vez de apenas: “Como a faço parar?”
Princípios fundamentais da abordagem empática
1. Comportamento é linguagem
Antes de reagir, observe: o que poderá a criança estar a sentir? Cansaço, fome, medo, frustração, necessidade de atenção? A maioria dos comportamentos difíceis são respostas a algo que a criança não sabe ainda verbalizar.
2. Emoções não são perigosas
Todas as emoções são válidas. Raiva, tristeza, frustração — são naturais. O que precisa de ser ensinado não é “não sentir”, mas sim como expressar essas emoções de forma segura e adequada.
3. A ligação vem antes da correção
Uma criança que se sente segura e compreendida está mais disponível para escutar, colaborar e ajustar o seu comportamento. Por isso, ligue-se primeiro com o olhar, com a escuta, com a calma.
Estratégias práticas para aplicar no quotidiano
1. Valide os sentimentos
"Vejo que estás muito zangado. Isso é difícil, não é?"Nomear e validar a emoção ajuda a criança a sentir-se vista e a começar a autorregulação.
2. Define limites com calma e clareza
"Eu percebo que estás frustrado, mas não podemos bater. Vamos respirar juntos e pensar noutra solução."Limites são importantes — e podem ser firmes sem serem agressivos.
3. Use o “tempo com” em vez do “tempo fora”
Ao invés de isolar a criança, fica com ela até acalmar. A presença do adulto regula.
“Queres vir para o cantinho da calma comigo até te sentires melhor?”
4. Previna em vez de remediar
Antecipar situações desafiantes, oferecer escolhas, manter rotinas previsíveis e envolver a criança nas regras reduz significativamente comportamentos de oposição ou desregulação.
5. Mantenha a calma — mesmo quando é difícil
A forma como o adulto reage ensina. Se responder com gritos ou punições, está a modelar descontrolo. Se mantiver a calma, está a ensinar autorregulação.
O papel do adulto é o espelho e uma base segura, os comportamentos desafiantes podem ser desconcertantes e ninguém reage “perfeitamente” sempre. Mas cada desafio é uma oportunidade de crescimento. Quando um adulto responde com empatia, está a fortalecer o vínculo, a ensinar competências emocionais e a construir um ambiente onde a criança sente que é mais do que o seu comportamento.
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