O Foco é um Estado de Espírito: A Ligação Inesperada entre Emoções, Movimento e Concentração
- Diamantina Moreira
- 24 de set.
- 2 min de leitura
Dificuldades de concentração. Um problema real, um problema que cada vez está mais presente na nossa vida. A tendência é olhar para o ambiente e tentar perceber o que se passa. Contudo, podem existir outras situações que ajudam a dificultar a concentração. Os pais arrumam o local de estudo, tentam criar rotinas de estudo, mas mesmo assim, por vezes, todos os esforços são em vão. Então, o que fazer? A parentalidade consciente ensina-nos que a concentração é uma competência que não é praticada quando a criança está sentada numa cadeira. É importante entendermos que está intimamente relacionada com o bem-estar físico e emocional da criança. Se o corpo está tenso ou a mente está preocupada, o cérebro tem uma capacidade muito limitada para se concentrar numa tarefa. Por vezes, as melhores estratégias para foco não se encontram nos livros, mas sim no movimento, nas conversas e na observação das emoções.
A Ligação Oculta: O Cérebro Emocional e a Capacidade de Foco
O cérebro das crianças não é compartimentado. A parte responsável pela concentração e pelo pensamento lógico (o córtex pré-frontal) está profundamente ligada à parte que processa as emoções (o sistema límbico). Quando a criança se sente ansiosa, preocupada, com medo, frustrada ou com bastante energia essa ligação é sobrecarregada. Quando a criança acumula energia e não a liberta, esse acumular de energia manifesta-se como agitação, impulsividade ou falta de concentração.
Estratégias "além da secretária": construir o foco de dentro para fora
a pausa emocional antes da tarefa: conversar com a criança como se sente, se durante o dia aconteceu alguma coisa que a deixou preocupada. O objetivo é dar espaço para a criança se expressar e dessa forma está a libertar a mente da criança para que se possa concentrar na tarefa.
a magia do movimento: se a criança se movimentar, fizer alguns exercícios físicos, vai libertar energia acumulada e desta forma ajuda o cérebro a "reorganizar-se".
treinar a técnica da consciência plena: o objetivo é ensinar a criança a respirar conscientemente. Peça-lhe para inspirar lentamente pelo nariz, como se cheirasse uma flor, e expirar pela boca, como se soprasse uma vela. Esta técnica simples, praticada por alguns segundos, ajuda o cérebro a sair do estado de "luta ou fuga" e a voltar ao presente.
variedade: vá variando as atividades, alterne entre a realização das tarefas e trabalhos de casa com descanso. Não faça sempre exatamente o mesmo. Pode utilizar o truque do despertador, sinalizando o final de cada bloco pois dá uma sensação de controlo sobre o tempo.
Este assunto é complexo e obriga os pais a olharem além do óbvio. Dialogar, definir horários, praticar exercício, organizar espaço, equilibrar as emoções é a forma de lidar com este desafio.
Vale a pena tentar.
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