Sentir para Aprender: O Impacto das Emoções no Sucesso Escolar
- Viviana Marinho
- há 1 dia
- 2 min de leitura
Como as emoções afetam o processo de aprendizagem
Aprender não é um processo puramente racional. As emoções desempenham um papel fundamental na forma como as crianças e jovens percebem, retêm e aplicam novos conhecimentos. Compreender esta relação entre emoção e aprendizagem é essencial para educadores, profissionais da saúde mental e famílias, permitindo a criação de ambientes mais seguros, motivadores e eficazes do ponto de vista pedagógico.
O cérebro emocional e o cérebro cognitivo estão interligados
A neurociência tem demonstrado que as áreas do cérebro responsáveis pelas emoções — como a amígdala e o sistema límbico — estão intimamente ligadas às estruturas envolvidas na aprendizagem, como o hipocampo e o córtex pré-frontal. Isto significa que as emoções não são um “ruído” no processo de aprendizagem, mas sim um elemento estrutural que o influencia positiva ou negativamente.
Quando uma criança se sente segura, confiante e emocionalmente regulada, o seu cérebro está mais disponível para captar, integrar e aplicar novas informações. Pelo contrário, emoções como medo, ansiedade ou tristeza podem bloquear ou dificultar esse processo.
Emoções positivas potenciam a aprendizagem
Ambientes afetivos positivos — marcados pela empatia, respeito e encorajamento — facilitam:
A motivação intrínseca para aprender;
A atenção e concentração nas tarefas propostas;
A criatividade e resolução de problemas;
A memória de longo prazo, essencial à consolidação do conhecimento.
Quando o educador valoriza o esforço, reconhece os progressos e oferece segurança emocional, está a criar um terreno fértil onde a aprendizagem floresce.
Emoções negativas podem dificultar o desempenho escolar
O stress crónico, a ansiedade ou o medo do erro podem comprometer seriamente a aprendizagem. Em situações de forte ativação emocional, o cérebro entra em “modo de sobrevivência”, o que limita o acesso a recursos cognitivos como a memória ou o pensamento lógico.
Por exemplo:
Uma criança que se sente envergonhada pode evitar participar em sala de aula.
Um jovem com baixa autoestima pode ter dificuldade em acreditar que é capaz de aprender.
Situações de conflito familiar ou insegurança emocional podem desorganizar completamente a rotina escolar.
Educar para sentir: a base da aprendizagem significativa
É por isso que a educação emocional deve caminhar lado a lado com a educação cognitiva. Ensinar as crianças a reconhecer, compreender e regular as suas emoções favorece:
A resiliência perante dificuldades académicas;
A autonomia emocional e comportamental;
A capacidade de cooperar e trabalhar em grupo;
Um maior envolvimento e prazer nas aprendizagens.
O papel do adulto: segurança emocional e vínculo
Professores, educadores e famílias têm um papel central na criação de relações de vinculação seguras, onde a criança se sente vista, escutada e valorizada. Este vínculo é o ponto de partida para qualquer aprendizagem eficaz.
Ao validar emoções, oferecer apoio e modelar comportamentos autorregulados, o adulto está não só a ajudar a criança a crescer emocionalmente, como também a potenciar o seu sucesso educativo e social.