Sinto-me um "polícia" da internet em casa
- Diamantina Moreira

- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de ago.
Quantos de nós já nos sentimos como verdadeiros "polícias" da internet em casa, sempre atentos, a ter que tomar medidas, a proibir, a confiscar telemóveis, tentar sempre perceber o que está a ser visto, jogado.
Esta dinâmica transforma a nossa casa num campo de batalha, onde a tecnologia é o inimigo e a nossa relação com os filhos se desgasta. A pergunta ecoa: "Como posso mudar esta relação de confrontos para uma verdadeira colaboração familiar no uso da internet?"
É verdadeiramente um assunto complexo de gerir porque pode abalar a relação entre os elementos da família e mesmo a dinâmica familiar. Fazer este papel de "polícia" pode ser muito desgastante. A parentalidade consciente pode oferecer estratégias que ajudem a que esta situação seja resolvida de forma mais inteligente e saudável. O grande objetivo é dar aos nossos filhos liberdade e autonomia, mas não conseguimos deixar a preocupação e a proteção de lado.
É importante ter em mente que a proibição não vai ensinar nem permite que a criança ou adolescente faça uma autorregulação.
Algumas das estratégias que podemos utilizar são:
Encontrar formas de utilizar a tecnologia a seu favor: por exemplo, utilizar aplicações de controlo parental. A ideia não é esconder da criança ou adolescente que as está a usar, mas dialogar para que servem.
Definir zonas e horas sem ecrãs visíveis para todos: nos momentos de refeição, nos quartos à noite.
Planear atividades em família offline: jogos, desporto, leitura, passeios.
Educar, não apenas proibir: mais uma vez é extremamente importante o foco no diálogo aberto e assertivo.
Criar um "pacto digital familiar": um acordo para todos os elementos da família onde são definidas as regras, o tempo de utilização, tempo de família. Lembre-se: quando as crianças participam na criação de regras, sentem-se mais responsáveis por cumpri-las.
Reconheça e elogie o bom comportamento digital: quando as crianças ou adolescentes mostram responsabilidade na utilização das tecnologias é importante reconhecer e elogiar. Desta forma estará a reforçar a conduta positiva.
Deixar de ser o "polícia da internet" e tornar-se um guia e um colaborador leva tempo e esforço. Mas ao fazê-lo, não está apenas a gerir o tempo de ecrã; está a construir uma relação de maior confiança, respeito e comunicação com os seus filhos e entre todos os elementos da família.
Pensem nisso, em família.


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