A minha vida é muito preenchida e atarefada e,
ocasionalmente, perguntam-me
“Scotty, como é que consegues fazer tudo?”
A melhor resposta que posso dar é
“Porque, pelo menos, durante duas horas por dia
não faço rigorosamente nada.”
M. Scott Peck
“Parar é não fazer nada, na medida do possível, durante um determinado período de tempo (de um segundo a um mês) para conseguir uma maior consciencialização e recordar quem somos” (Kundtz, 2003; p.24)[i].
“Não fazer nada” é uma arte e não deve ser confundida com a total ausência de atividade. “Não fazer nada” é, antes de mais, realizar qualquer coisa de muito importante: é deixar a vida acontecer!
Quando se fala em “Parar”, não se refere ao deixar de apenas reagir ao ritmo da própria vida, mas sim escolher o que é melhor para si.
Na cultura Ocidental espera-se e impele-se a andar para a frente, sob o mote “parar é morrer”. E então, o Homem ocidental é, desde criança, integrado em múltiplas atividades e, enquanto adulto, impelido a desenvolver negócios, fazer coisas, realizar tarefas e assumir múltiplos papéis. E, neste prisma, “Parar” não parece assim tão atrativo, podendo entrar em ilusória contradição com os próprios valores fundamentais. O incrível é que não só não é contra esses valores como, ao “Parar” vai conservá-los e cultivá-los. Sem “Parar” os valores não são recordados e consciencializados e a própria identidade corre o risco de sofrer problemas graves.
“Parar” possibilita perceber os significados fundamentais da vida e recordar o que é realmente importante, a fim de se ordenar as prioridades e, a partir daí, saber o que se quer e como se quer proceder.
Estes momentos de paragem permitem que cada um recorde informação importante sobre si próprio, sobre a sua vida e encontre soluções há muito esperadas para a resolução de problemas.
[i] Parar. Como Parar Quando Temos de Continuar. (David Kundtz, 2003).
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