Com a chegada do novo ano letivo, aliada à multiplicidade de atividades que em que pais e filhos estarão envolvidos, é mais frequente do que parece a desorientação dos pais sobre como ajudar os seus filhos a serem bons alunos. Os pais trabalham demais, a falta de tempo para participar em todas as atividades, reuniões e apresentações escolares e a ajuda (ainda que importante) dos Centros de Estudo, fazem com que seja descurada a sua participação efetiva na vida escolar dos filhos.
É desafiante avaliar o quanto o envolvimento da família ajuda na evolução escolar dos filhos, na medida em que esta passa, também, pela qualidade do ensino, do ambiente da sala de aula, do material didático, do contexto em que se insere a escola e das condições económicas familiares.
Saber a percentagem exata da influência dos pais e o tipo de atitude que funciona é um clássico desafio da investigação. Por isso, atualmente, estudos científicos tentam avaliar de que forma o comportamento dos pais pode influenciar, não apenas o desempenho escolar, mas também as atitudes e valores dos filhos. A Pedagoga Priscila Cruz, defende que “o bom aluno apresenta algumas posturas refletoras da sua educação, como a capacidade de concentração, a disciplina e a perseverança”.
De acordo com a investigação, o tipo de envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos reflete o seu desempenho enquanto alunos. Num extremo, há os pais ativistas que se envolvem efetivamente, não só na vida escolar dos seus filhos, como nas várias dimensões da sua vida; estes são pais que convidam os amigos dos filhos para irem a sua casa estudar ou fazer os trabalhos de grupo, participam nas reuniões e nos projetos da escola e manifestamente interessam-se pelo dia a dia dos filhos. Este tipo de envolvimento é gerador de crianças e jovens com um maior desempenho escolar e com a perceção da escola como algo prazeroso, mesmo que tenha alguns momentos mais aborrecidos. Por outro lado, há os pais que, por variados motivos, poucas vezes estão com os filhos em casa e têm pouco tempo para acompanhar a escola. O vínculo afetivo dos pais menos envolvidos com os filhos é baixo, não havendo diálogo, manifestações expressas de carinho e geradoras de sentimentos de proteção. Nestes casos, seu o desempenho escolar é mais baixo e, não menos frequente, o seu comportamento disruptivo.
A verdade, é que, por entre estes dois extremos, muitos pais esforçam-se, mas não sabem como ajudar os filhos a aprender melhor. Neste contexto, são propostas algumas atitudes parentais que podem ajudar a melhorar o desempenho escolar dos filhos. Assim, os pais devem:
Estimular, através do exemplo, competências emocionais como a resiliência, a curiosidade e a perseverança.
Colocar a educação escolar nos assuntos de diálogo quotidiano. Os pais devem conversar com os filhos sobre como correu aquele dia, sobre os amigos e, com os filhos mais velhos, sobre como correu na faculdade e talvez sobre as expectativas futuras.
Valorizar o conhecimento, os professores e aprendizagem. O aluno aprende o valor da educação quando percebe o quão isso é importante para a família.
Apoiar o protagonismo do aluno. Fomentar no filho, a sua capacidade de fazer o que se propõe fazer. Todos têm a capacidade de fazer as escolhas que considerem ser as melhores para si.
Ampliar o universo cultural e desportivo da criança, através da disponibilização dos livros, de atividades culturais, estimulando a sensibilidade e o raciocínio crítico dos seus filhos.
Em suma, o envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos passa pela valorização das suas atitudes, em detrimento da sua preocupação em fazer tudo por eles. Desta forma contribuem para alunos com um desenvolvimento escolar de sucesso!
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