Asas para Voar: O ato de amor de oferecer apoio, não superproteção
- Diamantina Moreira
- há 2 dias
- 2 min de leitura
O instinto de proteger os nossos filhos é um dos mais poderosos e primordiais. A tendência é tentar afastá-los de qualquer situação que lhes cause angústia, stress, frustração, dor, desilusão ou fracasso. Contudo, ao termos esta atitude não estaremos a negar-lhes algo essencial para o seu desenvolvimento? Não estaremos a negar a oportunidade de crescerem fortes, resilientes e autónomos? Então, quando falamos em parentalidade consciente, falamos deste equilíbrio, de oferecer apoio e não superproteção.
Os Perigos Invisíveis da Superproteção
Quando superprotegemos, podemos, sem querer, comunicar aos nossos filhos: "Não és capaz", "Não confio na tua capacidade de lidar com isto". Isto pode levar a:
Baixa autoestima
Falta de resiliência
Dependência
Medo do fracasso
Dificuldade na resolução de problema
O Apoio consciente - o equilíbrio da parentalidade consciente
Oferecer apoio é estar presente, escutar, validar os sentimentos e dar as ferramentas. É um ato de amor que capacita. Seguem algumas estratégias que podemos utilizar:
Estar presente e escutar ativamente: É importante escutarmos atentamente os desafios dos nossos filhos.
Valide as emoções,não o comportamento: É crucial reconhecer a frustração ou tristeza do seu filho ("Percebo que estás chateado com o que aconteceu"), mas isso não significa que tenha de resolver o problema por ele.
Dê oportunidades para resolver problemas: Perante um determinado problema é importante dar oportunidade ao seu filho para tentar encontrar uma solução e resolver. Por vezes o mais importante é resolver, nem que não seja a solução perfeita, do que não resolver, pois gera frustração.
Permita o risco calculado e os erros: Num ambiente seguro, deixe que os seus filhos assumam pequenos riscos e que cometam erros. É através dos erros que se aprende e que a resiliência se constrói. O seu papel é estar lá para apoiar na recuperação, não para evitar a queda.
Incentive a autonomia nas escolhas: Este trabalho deve iniciar cedo, devemos conversar e oferecer escolhas adequadas à idade, pois assim estaremos a dar-lhes um sentido de controlo e responsabilidade.
Celebre o esforço, não apenas o resultado: Ainda que o seu filho falhe numa determinada situação, é importante que valorize a tentativa, a persistência e a aprendizagem. Aprender que durante a sua vida nem sempre vai ter sucesso é fundamental. Isto permite gerir melhor a frustração e constrói uma mentalidade de crescimento.
Seja um modelo de resiliência: Em outros artigos falamos da importância de ser um modelo na forma como lida com os seus desafios. Dessa forma vai mostrar ao seu filho que é normal sentir dificuldades, mas que é possível superá-las com esforço.
Confie no potencial deles: A sua confiança nas capacidades do seu filho é um poderoso reforço. Comunique essa confiança através das suas palavras e ações.
Claro que a implementação destas estratégias demora algum tempo, é um processo. Mas desta forma a parentalidade é um constante exercício de equilíbrio.
Lembre-se, o nosso amor mais profundo manifesta-se também na coragem de os deixar crescer.
Vale a pena refletir.
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