Conversas Difíceis: Guiar os Nossos Filhos Pelas Notícias Complexas do Mundo

Vivemos numa era em que a informação está disponível 24h por dia e constantemente a ser atualizada. Muita da informação disponível pode não ser a mais adequada para os nossos filhos. Então como fazemos para proteger os nossos filhos desta questão? É importante que tenham conhecimento, dependendo da idade e da sua capacidade de compreensão, mas como lhes explicar sem lhes causar medo ou ansiedade excessiva?

Tendencialmente os pais costumam criar uma "bolha de segurança", mas, a realidade é que os nossos filhos estão expostos. 

Ouvem conversas, veem notícias na televisão ou nos ecrãs dos amigos. É relevante estarmos atentos, funcionarmos como um filtro e um guia, ensinando as crianças e adolescentes a enfrentar a realidade, e ao mesmo tempo dar-lhes ferramentas para processarem o medo e a esperança. 

Mas afinal, por que razão as notícias do mundo causam tanta ansiedade nas crianças? É uma boa questão. A ansiedade surge na criança quando a mesma não consegue processar ou dar sentido à informação, especialmente quando se trata de grandes tragédias, de ameaças. Para além disto, as crianças estão sobrecarregadas de informação, e a mesma é repetida muitas vezes.

Cada criança é diferente e a forma como lida com a situação também, então deixo-vos algumas estratégias para lidarem com a situação. Mas não se esqueçam, o que pode funcionar com uma criança, pode não funcionar com outra. 

Abordar temas complexos exige uma combinação de honestidade, clareza e muito apoio emocional.

1. Comece sempre por ouvir e perguntar

2. Validação do medo e ser um refúgio calmo

3. Seja Factual, Breve e Adequado à Idade

4. Crie a "Zona Livre de Notícias"

5. Ensine o Pensamento Crítico de Forma Simples

6. Conecte a Conversa à Empatia e Ação

   
   

Atualmente, falar sobre os problemas atuais não deve ser encarado como um fardo, mas como uma oportunidade de ensinar aos nossos filhos os valores mais importantes como a empatia, compaixão, respeito e coragem. 

Ao fazê-lo, não estamos a criar medos, mas sim a construir uma base sólida para a esperança e para a ação, mostrando-lhes que, mesmo nas sombras, a sua família é um porto de segurança e que o amor é a maior força contra o medo.