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O impacto do divórcio/ separação: como manter a coerência parental e o vínculo de segurança

  • Foto do escritor: Diamantina Moreira
    Diamantina Moreira
  • há 4 dias
  • 3 min de leitura

Eis um tema que reina na atualidade. Mas antes de explorarmos o impacto que tem nos filhos, é importante perceber que divórcio ou separação é a dissolução de um casal, não é o fim da família. Ou pelo menos, deveria ser assim. Para todos os elementos da família, esta alteração é encarada como um verdadeiro terremoto emocional: as bases da família, o porto seguro deixa de o ser (pelo menos da mesma forma). Os pais para além de terem que gerir as suas emoções e estruturarem toda a sua vida, têm que estar atentos e apoiar os filhos a lidarem com esta mudança. Devem tentar que esta situação não crie uma verdadeira crise emocional para os filhos com impacto em várias áreas da vida.


Podemos então afirmar que neste contexto, a parentalidade consciente é sinónimo de proteção do vínculo parental e de coerência. O mais importante é proteger o vínculo e não fomentar o conflito.


As emoções que, na maioria dos casos, estão associadas ao divórcio são: tristeza, raiva, sentimento de perda e por vezes alívio. Os pais devem reconhecer e processar o seu próprio sofrimento para evitar projetá-los nos filhos.


Uma das situações que causa maior ansiedade e provoca maior dano  emocional para os filhos é o sentir-se dividido ou obrigado a tomar um partido. Os pais devem evitar que isto aconteça, contudo, como estão bastante envolvidos na situação podem ter dificuldades em compreender com clareza como atuar. Assim, deixo algumas estratégias:

  • identificar exatamente as emoções que está a sentir e aprender a geri-las, se necessário procurar apoio com terceiros, e até com terapia, e não usar os filhos como confidentes. 

  • validar as preocupações dos filhos, fazê-los entender que não está a perder ninguém, apenas as rotinas que conhecia, vão sofrer alterações. Os pais precisam de acolher a tristeza, a raiva e a confusão com empatia, sem desvalorizar a dor.

  • nunca expor os filhos aos conflitos. Os pais devem usar canais de comunicação quando necessitam de resolver algum conflito. Os filhos não devem ficar expostos à hostilidade.

  • estabelecer regras consistentes. As regras da hora de dormir, alimentar-se, limites da utilização das tecnologias, regras gerais da casa, devem manter-se, em ambas as casas que a criança frequente. Esta consistência vai ajudar a criança a organizar-se mentalmente e dessa forma ser capaz de gerir melhor as suas emoções.

  • guarda partilhada. Quando os filhos ficam por um período numa casa e depois mudam, os pais devem tentar que as transições sejam o mais neutra e cooperativa possível. As mensagens, as coisas que correram menos bem, devem ser transmitidas entre os pais e não pelos filhos.

  • reforço positivo do outro progenitor. Ainda que a relação conjugal tenha terminado, os filhos não devem ouvir por parte de um dos pais aspetos menos negativos a respeito do outro. Pelo contrário, devem referir-se ao outro progenitor de forma positiva, e envolvê-lo ao máximo na vida do filho. Desta forma, a imagem que os filhos têm dos progenitores fica intacta e garante que o vínculo permanece seguro.

  • a tecnologia pode ajudar ao nível da comunicação neutra. Por exemplo, podem ser criadas agendas partilhadas onde todos ficam a saber os horários, os eventos escolares e das atividades em que os filhos participam, e até mesmo das despesas partilhadas. 

  • continuar a comunicar e manter o vínculo mais próximo quando está na casa do outro progenitor. As chamadas de vídeo podem ajudar neste aspecto.


 Em jeito de conclusão, podemos então referir que todos se devem consciencializar que a separação é do casal, não dos pais.


A mensagem mais importante que deve ser passada é que "O nosso amor por ti é maior do que qualquer separação."


Ao aplicarem a Inteligência Emocional para gerir o stress pessoal e ao adotarem a Coerência Parental para garantir a previsibilidade, os pais protegem o vínculo de segurança do filho. É na segurança desse vínculo que a criança irá encontrar a resiliência e a força necessárias para prosperar, apesar das mudanças estruturais na sua família.

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