No final do ano letivo muitas emoções afloram nas turmas, especialmente naquelas que estão em fase de transição para um novo Ciclo Escolar. Seja do pré-escolar para o 1º Ciclo, deste para o 2º Ciclo, do 2º Ciclo para o 3º, deste Ciclo para o Ensino Secundário e da entrada para o Ensino Superior, nenhum aluno é indiferente a estas novas etapas.
Nestes Ciclos de mudança estão envolvidos emoções e sentimentos, vivenciados, quer pelos alunos, quer pelos seus educadores. Estes, são momentos que marcam uma mudança com uma ambiguidade emocional entre o medo e o desejo. Por um lado, os alunos têm o desejo de crescer, de mudar, de alcançar novos objetivos, mas, por outro lado, sentem receio do desconhecido, de perder pessoas que até aí os acompanharam, de não conseguir aprender e dos professores que irão conhecer.
Neste contexto, com a sensibilidade que tão bem o caracteriza, o Poeta Mário Quintana, na sua obra Poemas para a Infância (2005), expressa o turbilhão emocional sentido pelos alunos, protagonistas da sua própria história, aclamando, no final, a Esperança de que tudo o que vem deve ser acolhido com novos sorrisos e com vontade de superar os desafios que se encontram à espreita!
“Poema do Fim do Ano”
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano,
Mora uma louca chamada Esperança:
E quando todas as buzinas fonfonam,
Quando todos os reco-recos matracam,
Quando tudo berra, quando tudo grita, quando tudo apita,
A louca tapa os ouvidos e atira-se e – ó miraculoso voo! –
Acorda outra vez menina, lá em baixo, na calçada.
O povo aproxima-se, aflito
E o mais velhinho curva-se e pergunta:
– Como é teu nome, menininha dos olhos verdes?
E ela então sorri a todos eles
E lhes diz, bem devagarinho, para que não esqueçam nunca:
– O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…
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