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Perturbação do Espetro do Autismo: uma leve abordagem

A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma perturbação com um leque abrangente de possibilidades na sua manifestação. No entanto, existem dois sintomas comuns, determinantes no seu diagnóstico. Estes são:

  1. Défice significativo na comunicação e na interação social, traduzido na dificuldade em estabelecer conversas, na falta de iniciativa nas interações sociais e na dificuldade na partilha de interesses, emoções ou afeto. A criança com PEA apresenta uma linguagem não verbal incoerente com a sua comunicação verbal (ausência de contato ocular e de expressões faciais ou gesticulação). Consequentemente, aumentam as dificuldades em desenvolver ou manter os relacionamentos, particularmente no ajustamento do comportamento ao contexto e na ausência de interesse nas pessoas.

  2. Comportamento, interesses e atividades limitativas e repetitivas, isto é, repetição de sons ou frases – ecolalia – uso constante de certos objetos e estereotipias motoras (ex. balançar do corpo). A criança é muito resistente a mudanças e depende excessivamente de rotinas. Verifica-se, também, uma preocupação excessiva com certos objetos, atividades, temas, etc.. Na realidade, a criança apresenta hiper ou hipoatividade a estímulos sensoriais, ou seja, sobrecarga sensorial e fascínio por luzes ou sons.

A PEA deve-se, maioritariamente, a fatores genéticos. No entanto, há fatores ambientais que podem influenciar o seu aparecimento, tais como idade dos pais, problemas na gestação (toma de certos medicamentos, infeções ou radiações) ou prematuridade no nascimento.

Esta é uma perturbação cuja manifestação é mais ténue nas raparigas, uma vez que estas são comumente consideradas crianças mais passivas sem maior expressividade no comportamento. Por sua vez, considerando que os rapazes com PEA representam um elemento manifestamente perturbador na sala de aula, estes são mais facilmente diagnosticados.

O diagnóstico da PEA pode ser realizado após os 2/3 anos de idade, a partir da verificação das dificuldades de relacionamento interpessoal, dos atrasos no desenvolvimento e de determinadas condutas atípicas.

A deteção e a intervenção precoce são um fator determinante na maior ou menor evolução destes casos. Com a intervenção não se pretende a cura, uma vez que não é possível, mas antes um aumento da funcionalidade e da flexibilidade mental das crianças, minimizando o desconforto e o impacto no seu quotidiano e aumentando a sua capacidade funcional.

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