Ser e ter um irmão/irmã: o amor e o desafio das rivalidades
- Diamantina Moreira
- 1 de set.
- 2 min de leitura
Primeiro filho, tudo tranquilo (quase sempre), chegada do segundo ou mais filhos...desafios constantes.
Esta é uma das realidades mais complexas de lidar enquanto pais, as constantes discussões, os ciúmes (com ou sem razão), e as "lutas e zangas" entre irmãos. Enquanto pais, por vezes sentimos que a casa que deveria ser um ponto de paz, torna-se um campo de batalha, muitas emoções, e a paciência a esgotar-se. Fica então a grande questão: "como faço para gerir estas situações? Como posso promover uma relação de amor e companheirismo entre os filhos?"
Primeiro: aceite. Se tem irmãos, com certeza lhe aconteceu o mesmo. Mas e agora, no papel de pais, o que fazer? A rivalidade entre irmãos é normal, acompanha e ajuda na dinâmica de desenvolvimento, de aprender a partilhar e a negociar. Os conflitos vão sempre existir, mas a nossa tarefa como pais não é de eliminar o desafio, mas sim ensinar estratégias para aprenderem a negociar e a resolverem-no de forma saudável e a construir a base de respeito e carinho para durar a vida inteira.
É normal que apareça a rivalidade, ela não significa que é falta de amor, é antes um reflexo das emoções que a criança não sabe gerir e das necessidades que tem e talvez não saiba exprimir. Algumas situações que surgem podem, por exemplo, ser: luta por atenção, modelo de comportamento que observam, falta de competências, insegurança e ciúmes, diferenças de idade e personalidade. Afinal, somos todos diferentes.
Perante este tipo de situações, ficam aqui algumas estratégias que podemos utilizar:
Converse com os seus filhos e explique a importância de aceitarem as emoções e os sentimentos e aprenderem a lidar quando surge a vontade de acusar o outro. Por exemplo, quando começar uma discussão, ensinar que é mais importante verbalizar "Eu sinto-me...." do que "Ele/ela fez isto...".
É muito importante que ensine os seus filhos a comunicar de forma o mais assertiva possível, a acalmarem-se antes de começar a falar, a não gritar, e treinar a escuta ativa.
Elogie os momentos em que estão a cooperar, a partilhar e a ajudarem-se.
Ensinar a partilhar, que é muitas vezes um assunto que gera discussão, deve ser feita com cuidado. A criança não é "obrigada" a partilhar tudo o que é seu. A negociação nestas situações é bastante importante. A criança pode ter um brinquedo mais especial que não consiga partilhar. Respeitar a propriedade individual ajuda-os a sentirem-se seguros.
Evite comparar os seus filhos e estabelecer um rótulo, lembre-se, cada criança é única e a comparação alimenta a insegurança e o ressentimento.
Sem dúvida que a rivalidade e as zangas são uma parte difícil da vivência entre irmãos, contudo é também uma oportunidade para aprenderem a lidar com os conflitos, a negociar e a construir relações. Se dermos as ferramentas certas e mantivermos a calma, estamos a ensinar que com o tempo a amizade vai fortalecer e acompanhar para todo o sempre.
Pense nisso. Acompanhe com um sorriso.
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