A parentalidade é um desafio diário permanente no cumprimento da missão dos pais, como educadores informais.
Uma das suas responsabilidades parentais é o apoio emocional que dão aos seus filhos.
Os pais têm um contributo duplo no desenvolvimento dos filhos: quer através da sua genética, quer pela modelagem e pelo estilo parental que adotam.
Neste sentido, há pais negligentes, outros superprotetores e outros autoritários e alguns abusadores. É derivado desta tipologia que a Psicóloga Margarida Matos, autora do livro “Adolescentes, as suas vidas, o seu futuro” (2020) apresenta dois tipos de pais: os Pais-cangurus e os Pais-helicópteros.
Segundo a autora, os Pais-cangurus são aqueles que protegem e dão apoio emocional, contudo, castram a autonomia e a responsabilidade dos seus filhos; já os Pais-helicópteros, protegem os seus filhos, mas nem sempre dão apoio emocional, nem promovem a sua autonomia e a sua responsabilidade. Ora, quer se enquadrem nos Pais-cangurus, quer nos Pais-helicópteros, ambos são promotores de sintomas tais como o aumento da ansiedade e da falta de confiança dos filhos e a promoção da sua intolerância à frustração, gerando um mal-estar significativo, semelhante ao mal-estar idêntico a uma parentalidade autoritária e punitiva dos seus tempos de infância.
Como disse Kundera, os pais não são ensinados a ser pais e a vida quotidiana é simultaneamente o “ensaio geral” e a “própria vida”. Por sua vez, “os filhos não vêm com manual de instruções” e não podem ser trocados por outros mais competentes, não se evitando, contudo, a gritante taxa de negligência parental disfarçada pelos jogos, brinquedos e outros teres que enfeitam e entretêm os filhos.
Conscientes desta tipologia tão real no nosso quotidiano, que pais queremos ser? E que filhos queremos ter? TERES Humanos ou SERES Humanos?
Esta opção está nas nossas mãos e relaciona-se com o propósito com que assumimos a nossa parentalidade.
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