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  • Foto do escritorAlexandra Gomes

Apresentação dos trabalhos escolares: o apoio parental na gestão da ansiedade

Poucas são as crianças ou os jovens para quem é indiferente a exposição em público e a respetiva avaliação, ainda mais quando o “público” são colegas cujas opiniões são tão valorizadas!


Seja devido à timidez ou à reduzida autoconfiança, a ansiedade na apresentação de trabalhos escolares afeta muitas crianças e jovens, prejudicando a sua avaliação.


Perante este cenário, para evitar que a situação de agudize ou perpetue, os pais/educadores informais devem ajudar o seu filho na superação da ansiedade, no aumento da confiança em si próprio e na melhoria do seu desempenho, ganhando a admiração dos colegas e professores.


Para isso devem:


1. Transmitir segurança e fazer com que os filhos se sintam importantes e amados. Os pais devem conversar com o filho, passar mais tempo com ele e acolhê-lo mesmo quando comete erros, ajudando-o a percecionar estes momentos como uma oportunidade de aprendizagem e evolução.


2. Incentivar a compreender o assunto a apresentar e não fomentar a memorização do mesmo. A memorização dos conteúdos, sem a sua compreensão, é um fator gerador de ansiedade, colocando em causa a perceção das competências diretas do filho. Os pais devem fazê-lo entender que é importante estudar o conteúdo para o compreender e, assim, apresentá-lo de forma mais tranquila. Deste modo, apresenta de forma mais entusiasmante e no caso de se esquecer de algo, com maior facilmente consegue improvisar. No mesmo sentido, quando for interpelado pelo professor, ou por um colega, consegue responder.


3. Ajudar a planear a apresentação. Quando a apresentação está devidamente planeada, coerente e motivadora, o filho mais facilmente descontrai. Por isso, os pais devem ajudá-lo a refletir numa forma de apresentar o trabalho de acordo com o tempo disponível e utilizando recursos que mais facilmente motivam a atenção da turma. Podem começar por dividir o trabalho em introdução, desenvolvimento e conclusão e dentro de cada parte, recorrer a meios, como slides, música ou outro material, de forma a tornar interessante a apresentação.


4. Ensaiar a apresentação com o filho. Incentivá-lo a ler em voz alta e assistir ao ensaio, dando-lhe o respetivo feedback.


5. Afastar o filho de apresentações monótonas, evitando a leitura do texto. Essa é uma estratégia adotada pelos alunos mais ansiosos, embora não resolva o problema, apenas camufla-o mantém nas apresentações seguintes.


6. Atentar à comunicação não verbal do filho. Uma criança ansiosa, tende a manifestar esse estado de ânimo através da repetição de gestos, do balançar do corpo, das tremura e sudorese das mãos, do olhar cabisbaixo, entre outros. Estes comportamentos comprometem a apresentação, pelo que devem ser disponibilizadas estratégias de regulação postural como olhar para um ponto fixo no fundo da sala, usar uma esferográfica como “muleta” e movimentar-se no espaço de apresentação.


7. Trabalhar a respiração, a meditação e promover a prática do exercício físico. Esta prática deve ser diária e não só na véspera, para que o filho se familiarize com este estado de relaxamento e o integre na sua vida e não apenas nos momentos geradores de maior ansiedade, sob o risco de não os conseguir praticar, devido à ansiedade do momento.


8. Não se aborrecer e transmitir motivação para na próxima correr melhor. É natural que o esforço do filho não surta o efeito desejado num primeiro momento. Quando isto acontecer, o que mais importa é conseguirem falar sobre o assunto e avaliar o que podem fazer diferente ou melhor numa próxima oportunidade. O elogio também é bem-vindo nestas alturas pois, mais importante que os resultados, importa a coragem e o esforço para ultrapassar o nervosismo durante a apresentação. Desta forma, não apenas diminui os estados de ansiedade como fomenta no filho a habilidade resiliente.

O apoio dos pais é fundamental para evitar ansiedade nas apresentações dos trabalhos escolares. Ao fazê-lo estão a criar laços de compreensão, segurança, carinho, tolerância e amor incondicional para com o filho!



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