As birras infantis são um problema comum a todas as famílias e com impacto negativo em todos os seus elementos
O maior ou o menor número de birras, os gatilhos que as acionam e a intensidade das mesmas é da responsabilidade dos pais, inevitavelmente.
Os três momentos do dia em que as crianças, tendencialmente, desenvolvem o maior número de birras é logo de manhã, antes de irem para a escola, ao fim do dia, quando chegam a casa e à noite, antes de irem dormir.
Estes três momentos de birra “coincidem” – não havendo coincidências – com os momentos em que os pais estão também eles mais ansiosos e inquietos:
1º É hora de irem para a escola e para o trabalho atempadamente;
2º Chegados a casa, também eles cansados e com tanto ainda para fazer em casa;
3º À noite anseiam desesperadamente por irem dormir, mas essa vontade nem sempre está patente nos seus filhos.
Ou seja, a ansiedade dos pais é sentida pelos seus filhos e expressa como se de um espelho se tratassem.
Então, sendo os pais significativamente responsáveis pela manutenção das birras dos seus filhos, também o podem ser pela eliminação das mesmas. Mas como o podem fazer?
Apresentam-se, então, algumas estratégias a adotar pelos pais, para fazer desaparecer as tão indesejadas birras, quase que “como que por magia”!
1.Não permitir tudo à criança. Embora reclame, a criança precisa de sentir a proteção dos pais, os limites por eles impostos. As decisões devem ser, por isso, tomadas pelos pais e jamais responsabilizadas pelas crianças.
2.Proibir tudo à criança. É outro extremo que fragiliza a criança, privando-a da conquista da sua autonomia e autoconfiança.
3.Ser o mais emocionalmente constante possível. Quer seja com a própria vida, quer seja com a vida dos filhos, sendo os pais, um modelo para a criança, estes devem ter o cuidado de apresentar alguma estabilidade emocional e comportamental, para assim, exercerem a sua parentalidade de forma segura e consciente.
4.Respeitar a rotina das crianças. Talvez o adulto não precise de horários e talvez consiga realizar todas as suas tarefas, de uma vez só… Mas esta capacidade é típica do (um ou outro) adulto e saudavelmente integrada pela criança. Por isso, e ainda mais em tempos de pandemia, é essencial criar rotinas para as crianças e para si próprio, como modelo parental e seguir (ex. definir um horário fixo para se alimentar e dormir…).
5.Limitar o recurso à televisão e aos restantes ecrãs digitais. Embora seja uma espécie de baby-sitter para a criança, esta traz presentes envenenados: é um potencial gerador do vício do jogo, castra a criatividade, aumenta a agressividade e a intolerância à frustração e gera uma falsa sensação de felicidade e bem-estar na criança.
6.Sempre que necessário, chamar a atenção da criança do comportamento ou atitude adotados. Não confundir com castigo, pois dessa forma potencia a revolta, o sofrimento e a incompreensão da criança perante o ocorrido. A “chamada de atenção” é, por isso, fundamental no estabelecimento de limites da criança.
7.Não gritar com a criança. Educamos pelo exemplo e ainda que seja eficaz a curto prazo, o grito para a anulação do comportamento desadequado da criança, é gerador de ansiedade, mal estar e um excelente exemplo para a criança, mais uma vez, devolver aos pais o que estes lhe deram: GRITOS;
8.Dar atenção à criança. Mesmo estando com muitas tarefas para desempenhar, geradoras de segurança, saúde e conforto no lar, estas não substituem o bem-estar e os pequenos milagres que resultam das brincadeiras entre pais e filhos.
Em suma, estas estratégias apresentadas permitem que se evitem consequências negativas e desesperançadas no sistema familiar. Assim, talvez, temperar a própria família com as suas valorização e compreensão, os respeito e amor pela mesma! Assim, são evitados estes dissabores desnecessários e valorizados, compreendidos e respeitados os seus filhos.
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