Com o decorrer da Pandemia e os desequilíbrios sanitariamente impostos ao convívio familiar, geraram-se e/ou aumentaram cenários prejudiciais ao equilíbrio salutar da família e dos seus elementos.
Num período em que os pais ficaram sem suporte, com poucos recursos disponíveis para ajudar na educação parental pela adoção de papéis para os quais não foram preparados e pela gestão emocional de si próprios e dos seus filhos, tudo contribuiu para o aumento da exaustão parental, clinicamente definida como Burnout Parental.
Segundo a Psicóloga Clínica Tânia Carvalho*, o Burnout Parental caracteriza-se pela exaustão ou falta de energia dos pais, refletida no seu distanciamento emocional relativamente aos filhos e pela consequente perda de eficácia, traduzida na frustração parental. De facto, o quadro de Burnout Parental traduz-se num desequilíbrio sentido pelos pais no facto de não possuírem recursos para lidarem com os desafios associados à educação dos seus filhos.
A “boa notícia” é que por detrás de um “problema” há sempre uma ou várias soluções e os pais, através de algumas dicas, conseguem superar o Burnout Parental.
1.O mito da parentalidade perfeita
Tranquilizem todos os pais… A ideia de parentalidade positiva e perfeita é mito: não existe. E está tudo bem como está. As incertezas e as dúvidas presentes na parentalidade são reais e devem ser acolhidas, aceites e sem julgamentos; estas fazem parte de um processo de aprendizagem e descoberta. É importante que os pais diminuam o seu nível de exigência e acreditem que estão a fazer o seu melhor com os recursos que têm.
2.Criar momentos de qualidade com o filho
“Quantidade não significa qualidade”, ou seja, mais do que ter muitos momentos com o filho, é importante ter momentos de qualidade, genuínos e de disponibilidade efetiva. Estes são momentos que impactam emocionalmente a criança e se transformam em memórias positivas para a sua vida.
3.Registar as pequenas conquistas
São as pequenas conquistas, as que aos olhos dos pais podem parecer insignificantes, que fazem com que a criança evolua progressivamente. Por isso, ai invés de relativizá-las é importante valorizá-las e celebrá-las.
4.Evitar comparações
Cada pessoa é um ser Especial e Único, diferente dos outros e incomparável. Cada criança tem as suas particularidades e dinâmicas singulares. O que funciona numa família ou com uma criança pode não funcionar com outra. Ao comparar ou desvalorizar a criança gera sentimentos de inferioridade na própria.
5.Cuidar de si próprio, fomentar o amor próprio
O cuidado da criança, a disponibilidade para ela é um reflexo do cuidado pessoal e da disponibilidade pessoa do pai ou da mãe. É muito importante que os pais dediquem tempo a si próprios, invistam em si, através da realização de atividades prazerosas, da prática da leitura agradável, da realização de caminhadas ou da prática de desporto, do convívio com amigos, da prática da meditação, da alimentação saudável e de um sono reparador.
6.Usufruir da rede de suporte
Somos seres sociais e orgulhos à parte, precisamos uns dos outros. Se hoje dá, amanhã recebe e vice-versa. O apoio do marido/esposa, da família ou de amigos é muito importante e também agradável para eles.
7.Pedir ajuda profissional
Recorrer a um profissional em saúde mental e emocional é uma mais-valia para o desenvolvimento Psicoemocional saudável e um ato de honestidade e cuidado consigo próprio. O terapeuta acolhe, não julga e cocria competências parentais e pessoais para um desenvolvimento individual e familiar saudável.
Estas tão pequenas estratégias, ao alcance de cada um e com resultados efetivos na criação de laços de parentalidade amorosos e fortificados, no âmago de um ambiente de medo e insegurança, como esta pandemia que assolou a humanidade.
*https://uptokids.pt/burnout-parental-7-dicas-para-nao-se-afundar/
Que documento fantástico, e relevante!
Adorei e já partilhei, pois recomendo a leitura e entendimento do artigo.