No artigo de Inteligência Emocional, intitulado “Experimentar a Variedade das Emoções”, perante a multiplicidade de emoções que o ser humano vivencia diariamente, este deve aceitá-las, abrir espaço para senti-las e organizá-las.
Ao permitir que as emoções dolorosas fluam naturalmente, a pressão alivia e com o tempo diminui. Na verdade, um aumento de sentimentos dolorosos não libertados pode levar a colapsos emocionais.
Quando de aceitam as emoções, particularmente as emoções negativas, ao invés de as negar ou lutar, permite-se que estas fluam, sigam o seu curso e acabem por se dissipar.
Segundo o filósofo Alan Watts, assim que se deixa de lutar contra quem é ou o que sente, deixa-se cair o fardo pesado de uma batalha interminável e sem esperança, contra a própria humanidade. Também, Matthieu Richard, o monge budista e considerado o homem mais feliz do mundo, defende que “Quanto mais olhamos para a raiva, mais ela desaparece frente aos nossos olhos, como gelo a derreter com o sol da manhã”. E assim se cura a inveja, a tristeza, a ansiedade, o ódio…a dor.
Mas atenção… “aceitar as emoções” é diferente de “ruminar nas emoções”. Segundo o autor Tal bem-Shahar (2010), a aceitação implica viver delicadamente com as emoções e acolhê-las como oportunidade de evolução pessoal. Por sua vez, ruminar nas emoções significa pensar obcessivamente nas mesmas. Esta obsessão é improdutiva e doentia, podendo ter um efeito contrário e intensificador da emoção, em vez de a dissolver.
Por isso é tão importante dispor de um “canal” que permita exprimir as próprias emoções, seja através da escrita ou da partilha verbal, com alguém da sua confiança, ou através de um grupo de apoio.
Referência:
Tal Bem-Shahar (2010). Em Busca da perfeição. Alfragide: Lua de Papel
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