Falar ou mimetizar pode até ser fácil, mas comunicar é um desafio, chegando mesmo a ser uma Arte!
Segundo Alfredo Leite (2022), as palavras “começam guerras e amores, elas terminam conflitos e aproximam as pessoas”. Nem sempre o que queremos dizer é expresso por nós, caindo, por isso, na falácia da contradição. E assim chega-nos um “há formas de o dizer” e arrependemo-nos das palavras que usamos. Porque na comunicação não hã só um emissor, mas também um recetor com a sua própria interpretação.
Nas salas de aula, a incoerência comunicacional é evidente e geradora de mal-estares com sequelas que ficam a vida toda, sobretudo no estado emocional dos alunos, na sua autoestima.
São várias (e tão frequentes) frases que, de inocentes “piquinhos” passam a ervas daninhas no bem-estar dos alunos. Por exemplo, asserções tão reais e presentes nas escolas de hoje, como:
1. Questionar a turma sobre a possibilidade de ser uma “turma de bebés”;
2. Reduzir a nada, através da pergunta, “Qual é a parte do “calados” que não entenderam?”;
3. Ou “eu sou mal paga para o trabalho que tenho convosco”;
4. Culpar desmesuradamente com as frases “Estás a estragar a aula aos teus colegas!”;
5. Esperar o mínimo com um “És sempre a mesma coisa!” ou “Tu nunca irás mudar!”;
Podem até ser proferidas com o patrocínio do cansaço e da saturação docente, pela pressão a que está sujeito, mas cujo impacto nos alunos não é disseminado com um analgésico ou ansiolítico.
Mais do que arranjar culpados, importa encerrar o ciclo do mal-estar e do fel comunicacional e olhar para estas frases com uma perspetiva positiva, a fim de evitá-las e substituí-las por outras. E esta “substituição” torna-se mais fácil quanto mais genuína e menos castrante for com o próprio docente, para o seu diálogo interno. Afinal amor gera amor, paz gera paz, positivo gera positivo…
A reflexão sobre estas feridas comunicacionais significa o primeiro passo para a substituição por palavras mais positivas, geradoras de um clima de sala de aula pacífico, motivado e, sem dúvida, mais produtivo.
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