Como foi referido no artigo anterior, apesar da gravidade, pelo anonimato do agressor, e da incapacidade de circunscrever o Cyberbullying a um período de tempo ou determinado espaço, os pais e educadores formais devem adotar certas medidas de prevenção, em seguida apresentadas:
· Clarificar os valores familiares fundamentais: recordar e reiterar a importância de valores como a gentileza, a empatia, a tolerância, a responsabilidade e o respeito com que todos têm o direito de ser tratados.
· Promover diálogos francos e frequentes: falar frequentemente com a criança ou jovem sobre o uso adequado das tecnologias e sobre os efeitos positivos e negativos da sua utilização.
· Reforçar a confiança de que a criança ou jovem se sinta à vontade para recorrer aos pais/educadores, se pressentir ou se já existir algum problema.
· Estabelecer regras e horários de utilização das TIC, em função dos horários de aulas online, estudo e lazer.
· Promover a utilização segura dos dispositivos, verificando se estes têm as atualizações mais recentes de software e programas antivírus. Sensibilizar para a alteração periódica das palavras-passe.
· Promover a utilização segura da Internet, isto é, saber o que diz e escreve online, para prevenir situações menos positivas.
· Promover a partilha consciente de conteúdos e,desta forma, aumentar a resistência ao impulso de publicar conteúdos online, sem refletir.
· Pensar antes de partilhar, isto é, fazer uma pausa, afastar-se do computador ou da consola ou pôr o telemóvel ou o tablet de lado e contar até 10 antes de o fazer.
· Respeitar a privacidade e reforçar a confiança. É importante que não se sintam invadidos. Se não conhece os dispositivos e aplicações que eles utilizam, pedir-lhes que lhe expliquem para que os usam e como o fazem.
· Promover a RESILIÊNCIA: ensinar a lidar com situações problemáticas, resistir à pressão, superar obstáculos e recuperar dos momentos menos positivos.
Esta é uma competência transversal essencial, na medida em que:
· As vítimas lidam melhor com a situação;
· As testemunhas passivas tornam-se ativas, intervindo e procurando terminar com comportamentos de cyberbullying;
· O número de potenciais agressores diminui, pois aprendem a lidar com as situações problemáticas, em vez de “descarregar nos outros” as suas frustrações.
A prevenção do Cuberbullying é um procedimento tão delicado como a gestão da privacidade das crianças e jovens. O objetivo é protegê-los e não fiscalizar as suas interações.
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