“Dão-se bem…ou são irmãos?”. Esta é uma questão partilhada pela Psicóloga Catarina Lucas, ao referir-se à comunicação pertinente de profissionais de saúde infantil sobre a dinâmica entre os irmãos. Esta é pautada por conflitos que advêm de aborrecimentos diários, ciúmes, sensação de injustiça, imaturidade e dificuldades de comunicação.
Acrescido a estes motivos “naturais”, é importante considerar que os filhos são diferentes em temperamento e interesses, mesmo quando são gémeos. Por isso, ser justo na educação parental é ir ao encontro dessas diferenças e ajustar as práticas educativas a cada criança. Isto não significa favorecer um filho em detrimento de outro e iludir-se com a ideia de “filhos perfeitos, ausência de conflitos”.
Segundo a Psicóloga Catarina Lucas, os conflitos (não ultrapassando os limites verbais ou físicos) são vantajosos, fazendo parte do desenvolvimento saudável da criança. Estes promovem a agilidade física e comunicacional perante situações desafiantes e são boas oportunidades para superar desafios e promover a assertividade.
Por estes motivos, embora não se deva ignorar os conflitos ou ridicularizá-los perante as crianças, importa não dramatizar.
Assim, perante os conflitos entre irmãos e respeitando as suas diferenças, os pais devem:
1. Assumir uma forma de comunicação assertiva e equitativa para ambos os filhos;
2. Incutir nos filhos a sua autonomia para resolverem os conflitos, ainda que, se necessário sob supervisão parental;
3. Definir um regulamento prévio sobre partilhas, espaços comuns, privacidade de cada um, respeito pelo espaço um do outro;
4. Evitar “assumir as dores” de um filho, em detrimento de outro;
5. Reforçar positivamente a capacidade dos filhos na resolução dos próprios conflitos;
6. Educar pelo exemplo: partilhar com os filhos, formas pessoais e exemplificativas de resolução de conflitos interpessoais.
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