Os conhecidos “Quadros de Honra” fazem parte dos desafios das escolas e das inquietações das famílias há já algum tempo.
O seu objetivo passa por serem um reforço positivo para a obtenção de boas classificações escolares. Estes apelam, por isso, à perfeição, à impossibilidade de “falha” e à ostentação da vaidade, assente nos resultados académicos.
Segundo a Psicóloga Alexandra Nunes, esta estratégia, com as boas intenções associadas, acaba por ser uma falácia no desempenho académico e na evolução humana de cada criança, transmitindo duas perniciosas mensagens.
A primeira é que nunca se deve falhar. Logo aqui, ficam sabotadas as intenções de se trabalhar a tolerância à frustração e a resiliência. A segunda é de se limitar o sucesso humano ao sucesso académico~, em todas as áreas académicas.
No mínimo, estas mensagens geram nos alunos, tensão, intolerância, competição e egoísmo, valores que em nada favorecem o tão desejado bem-estar das crianças, pelos seus educadores.
Ao privilegiar os “Quadros de Honra”, privilegia-se a impossibilidade de lidar com a frustração, fazendo os alunos acreditarem que se vive sem errar e aprende-se sem falhar!
Estes tornam-se como uma bolha, que impede a preparação das crianças e dos jovens para a vida profissional e cria em si a ilusão de uma realidade sem falhas, sem quedas, apenas com ganhos e prémios meritórios do desempenho.
O excesso de competitividade decorrente dos “Quadros de Honra”, prejudica, assim, o desenvolvimento de valores como a empatia e a cooperação entre os pares e cria “seres que olham muito para os outros, mas não pelos outros”.
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