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O que fazer quando os jogos estão a afetar o estudo

  • Foto do escritor: Diamantina Moreira
    Diamantina Moreira
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

Eis uma das principais razões de atrito entre pais e filhos: jogos online vs trabalhos escolares. Atualmente esta é uma realidade existente em muitos lares. A presença digital parece ter mais força e é mais atrativo do que os livros. E não tem necessariamente a ver com as capacidades da criança para o estudo, mas sim uma questão de prioridade cerebral e gestão emocional.


O cérebro prefere a recompensa instantânea e intensa da vitória virtual (dopamina) ao esforço cognitivo e demorado da aprendizagem (foco). É relevante que os pais estejam atentos a esta dinâmica e tentem reverter com a maior rapidez possível e voltar a devolver o equilíbrio à rotina.


Para que isto aconteça é preciso primeiro entender o vício da recompensa. 

  • Os jogos são propositadamente concebidos para serem recompensadores, ativando centros de prazer que o estudo pelas disciplinas da escola não conseguem replicar instantaneamente. Os filhos apresentam dificuldades em lidar com a frustração e a monotonia das tarefas reais. O jogo intenso diminui a capacidade de lidar com a gratificação mais demorada, a capacidade de esperar por uma recompensa mais tardia. Para que isto deixe de acontecer, as crianças e adolescentes devem ser "treinados" para suportar o tédio e o esforço inicial dos estudos.

  • Gestão emocional do erro: quando a criança ou adolescente erra, rapidamente ocorre um reset. Quando nos estudos erra, pode originar uma crítica ou uma nota baixa e dessa forma fica ansioso, triste. Emoções com que tem que lidar e nem sempre está preparado para o fazer. É relevante que os pais validem o esforço e que ensinem que o erro faz parte do processo de aprendizagem. 


Após uma compreensão mais clara do que acontece e o que origina esta necessidade constante de jogar, os pais devem encontrar as estratégias que funcionam melhor para cada um dos seus filhos, tendo por base o seguinte:

  • Efetuar transições com aviso prévio: quando se define que chega a hora de "desligar" das tecnologias, deve ser dado um aviso prévia, por exemplo: "tens mais 15 minutos". Previsivelmente este aviso vai ser motivo de conflito, a criança ou adolescente vai ficar resistente. Para evitar que este conflito fique mais intenso deve ter sido feito um trabalho prévio e uma comunicação assertiva.

  • Regra Inegociável: as regras são fundamentais para o sucesso. O acesso ao lazer digital deve ser uma consequência lógica e previsível de ter cumprido as responsabilidades, e não uma recompensa financeira ou emocional.

  • O Contrato Colaborativo: pais e filhos devem negociar o tempo dedicado aos estudos e a outras atividades, incluindo a utilização das tecnologias.


Usar as tecnologias para vencer o uso excessivo das tecnologias

É possível utilizar as tecnologias para reforçar a disciplina e o foco, em vez de ser apenas a fonte de distração. Deixo aqui algumas estratégias:

  • O Jogo Ativo: pode utilizar alguns dos jogos que os seus filhos gostam para aprender mais acerca das tecnologias e fazer atividades criativas. 

  • O Calendário Visual: crie um calendário em que todos têm acesso com os horários e atividades que desenvolve em cada um desses blocos. Desta forma a criança passa a ter mais responsabilidade e é retirado o papel de "polícia" dos pais. 

  • Apps que ajudam a Focar e Gerir o Tempo: ensine aos seus filhos algumas das estratégias úteis de gestão de tempo e para ajudar pode utilizar uma ferramenta digital. Isto empodera o jovem com ferramentas de autocontrolo.


Quando os jogos ameaçam os estudos, a sua primeira intervenção não é sobre o controlar, mas sobre a conexão emocional.


Ao aplicar a Inteligência Emocional para compreender o motivo da resistência, ao estabelecer limites colaborativos e previsíveis, e ao utilizar a tecnologia como ferramenta de organização, os pais deixam de ser adversários e tornam-se aliados na missão de ensinar o filho a valorizar a recompensa a longo prazo – a sua educação e o seu futuro.


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