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  • Foto do escritorAlexandra Gomes

Os limites dos limites na parentalidade

“A minha liberdade termina onde começa a liberdade do outro”. Esta é uma frase, desde sempre, presente nos princípios humanos, que pauta a organização e a fluidez da vivência em comunidade.


Mesmo para os adultos, o cumprimento desta frase nem sempre é fácil; para as crianças, para os jovens e adolescentes, torna-se ainda mais desafiante.


O estabelecimento de limites torna-se, por isso, um grande desafio para os pais: as crianças adoram desafiar os pais e estes nem sempre estão tranquilamente à altura de gerir estas pequenas “provocações”.


A questão é que, mesmo sendo desafiante, estas mesmas crianças precisam destes limites para se sentirem seguras e balizadas e crescerem de forma saudável, respeitarem o próximo e a si próprios. e são os pais, os melhores protagonistas no estabelecimento desses limites. A sua atuação é determinante para o desenvolvimento de crianças e jovens confiantes, seguros, tranquilos e felizes!


Os pais têm ao seu serviço algumas estratégias pertinentes para o estabelecimento de limites nas crianças e estas podem ser:

- Estabelecer rotinas diárias na vida da criança. Ao invés de serem as crianças a adaptarem-se à vida dos pais, estes devem adaptar-se ao dia-a-dia das suas crianças (horas para comer, dormir, fazer os trabalhos de casa, brincar…).


- Ser coerente: os pais devem ser coerentes na comunicação de regras e limites, repetindo diariamente as mesmas e não mudar de ideias quanto a um assunto pré-definido. A expressão “já te disse não sei quantas vezes para…”, também dificilmente impacta na criança, gerando a vulnerabilidade na aplicação desses mesmo limites.


- Ser seguro e assertivo na comunicação, através do tom de voz, do contacto visual, da movimentação corporal.


- Avisar “só” uma vez: ao avisar várias vezes a criança, este pedido perde força e credibilidade de quem pede perante a criança.


- Evitar o suborno para conseguir que a criança faça alguma coisa, como por exemplo, os trabalhos de casa. Desta forma o risco de aumentar a insatisfação da criança na realização de alguma tarefa torna-se maior.


- Substituir o reforço positivo pela ameaça/castigo na realização de uma tarefa: ao modelar os comportamentos da criança, recorrendo ao castigo ou à ameaça, educa uma criança no medo, gerando maior insegurança e um estado anímico mais reativo.


- Passar tempo de qualidade com a criança para, assim, reforçar os laços de parentalidade e aumentar o conhecimento e a cumplicidade pais-filhos. Desta forma, os pais sentir-se-ão mais tranquilos e seguros no estabelecimento de limites.


Este é um trabalho desafiante mas enriquecedor para os pais e não se consegue da noite para o dia mas por tentativa e erro, acreditando que hoje foi assim mas amanhã será melhor. Cada dia é, assim, uma nova oportunidade para serem pais ainda melhores, de filhos ainda mais felizes!

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