A dificuldade em identificar e descrever as emoções, uma das habilidades da Inteligência Emocional, e conhecida cientificamente como “Alexitimia”, está presente entre os jovens portugueses, particularmente após um período pandémico como o que vivenciamos nestes últimos dois anos.
Etimologicamente, o termo “Alexitimia” aglutina duas palavras gregas: λέξις (lexis, “fala”) e θυμός (thumos, alma, como a sede das emoções, pensamentos e sentimentos). A palavra thumus ou timos está na origem da palavra tímido e da glândula do timo.
Na realidade, a dificuldade em saber o que está a sentir e expressá-lo claramente já foi vivenciada por todos, num ou mais momentos da vida. A diferença é que o diagnóstico clínico desta dificuldade é atribuído, entre outros fatores, pela predominância dessa dificuldade.
De modo sucinto, a Alexitimia caracteriza-se pela (DSM V, 2013):
1. Dificuldade em identificar as emoções e distingui-las entre si, tal como as sensações corporais a elas associadas;
2. Dificuldade em descrever o que se sente a outras pessoas;
3. Estilo cognitivo ligado apenas a estímulos externos;
4. Ausência Empática traduzida na dificuldade em avaliar as emoções dos outros;
5. Dificuldade em ter relações duradouras;
6. Criatividade empobrecida. Uma vez que a criatividade é movida pela emoção, uma pessoa alexitímica também apresenta dificuldade em imaginar várias realidades. É como se não conseguisse sonhar!
Uma das formas de ultrapassar esta dificuldade é ensinar, desde logo, as crianças, através do contacto com as outras pessoas e da comunicação com elas, a distinguir o que sentem e expressá-lo adequadamente. Por isso, a Inteligência Emocional é uma área que deve, desde logo, ser ensinada às crianças!
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