É difícil escapar às emoções. Elas surgem involuntariamente perante um estímulo e o pensamento daí consequente, podendo permanecer em cada um, mais ou menos tempo, e aí, de acordo com a intencionalidade de quem o sente.
Ninguém está livre se sentir ciúmes, medo, ansiedade ou raiva. A questão não é se se experimenta essas emoções – porque todos as experimentam – mas sim, o que decidem fazer em relação a elas.
E aí começa um processo com, pelo menos, duas escolhas.
A primeira escolha é rejeitar ou aceitar a reação emocional, a supressão ou o reconhecimento de que essa emoção existe.
A segunda escolha é agir de acordo com o impulso inicial ou transcender esse impulso. Por exemplo, a escolha pode ser entre parar de colaborar com aqueles com quem se sente ciúmes ou criar o máximo de alianças que puderem com pessoas talentosas. Esta última opção torna-se significativamente mais fácil, se antes escolher aceitar as próprias emoções; se, por outro lado, suprimir as emoções, elas intensificam-se e controlam a pessoa.
Por exemplo, ao rejeitar que sente ciúmes de um amigo, é mais provável que o comportamento com ele seja negativo e a seguir racionalizado. Se não aceitar que se tem medo de convidar alguém para sair, é provável que se evite essa pessoa e se autoconvença que não gosta dela.
O ser humano é uma criatura de sentimento e razão e assim que se sente de determinada maneira, tem necessidade de descobrir uma razão para a sua reação emocional, em vez de admitir uma emoção que desaprova. Em última instância, para evitar pensar mal de si próprio, o ser humano, condena o outro com quem foi injusto.
O ambiente é permanentemente poluído com os pensamentos e as emoções não reconhecidas do ser humano.
Quando não age autenticamente – deixando de falar quando sabe que o deveria fazer ou dizer coisas que não acredita, mas só para impressionar os outros – e a seguir recusa reconhecer o próprio comportamento, a pessoa começa a ver a falta de autenticidade em todos os lados à sua volta e critica os outros injustamente. Por sua vez, quando aceita as próprias emoções – as que gosta e as que não gosta – a pessoa abre a possibilidade de agir de forma nobre.
Para se ter uma vida satisfatória e saudável é preciso aceitar as emoções da mesma forma que se aceitam os fenómenos naturais, e assim sentir-se mais capacitado para planear o tipo de vida que quer para si.
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