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Foto do escritorAlexandra Gomes

A “síndrome da irmã mais velha”


Este é um texto para ser lido pelas irmãs mais velhas e acolhido pelas irmãs mais novas! É sabido que há um padrão de comportamento das filhas/irmãs mais velhas, perfil este que pode afetar a autoestima das crianças e adolescentes quando assumem ou crescem com a imposição do papel de género associado ao de “irmã mais velha”.


Entre os vários efeitos negativos que pode ter a “síndrome da irmã mais velha”, destacam-se os seguintes:


· Maior responsabilidade e pressão. Quando os adultos esperam que a irmã mais velha assuma o papel de cuidadora e atue como um modelo a seguir pelos irmãos mais novos, o seu bem-estar emocional e a sua capacidade para desfrutar da sua idade podem ser afetadas.


· Limitação de oportunidades e eleições. Os papéis de género e os preconceitos relacionados com a ordem de nascimento limitam as opções ou oportunidades. Muitas crianças sentem que os pais esperam que siga um caminho específico, em função do seu género e da sua posição familiar, o que, mais uma vez, pode condicionar as suas autonomia e capacidade para tomar decisões e alcançar os objetivos que deseja.


· Dinâmicas de poder e relações familiares. Quando a irmã mais velha sente as expectativas elevadas dos pais no cumprimento de tarefas, em detrimento das menores expectativas em relação aos irmãos mais novos, a relação entre irmãos pode ter consequências negativas, com ciúmes e comparações.


A estas pressões ainda se acrescentam as divergências educativas no que respeita a papéis de género, quanto ao desequilíbrio na distribuição das tarefas domésticas e ao cuidado familiar.


Como podem os pais evitar esta divergência?


Para evitar que as crianças e adolescentes cresçam vítimas de papéis de género e estereótipos associados à ordem de nascimento é fundamental que os pais se consciencializem, antes de mais, do impacto das próprias frases e comportamentos e eduquem em igualdade, reconhecendo a singularidade de cada um.


Por exemplo, as tarefas domésticas devem ser cumpridas de forma equitativa, adequando, claro à idade de cada um, mas não menorizando a importância de cada um no cumprimento dessas tarefas. Além disso, sempre que possível, os irmãos mais velhos não devem ocupar-se do cuidado dos pequenos. Os filhos adolescentes merecem viver a sua vida, explorar as suas paixões e desenvolver-se como pessoas, não tendo de assumir responsabilidades que não lhes competem.


Em suma, deve ser fomentado um ambiente familiar em que filhos e filhas possam desenvolver a sua própria identidade e concretizar os seus sonhos, para além da condicionante do género, da idade e da posição da estrutura familiar.


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